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Incontinência Urinária: como tratar?

O que é Incontinência Urinária?

         Segundo a ICS (Sociedade Internacional de Continência) “Incontinência Urinária é qualquer perda involuntária de urina”. Sendo considerada um problema de Saúde Pública que acomete mulheres de todas as idades e gera impactos negativos na qualidade de vida, podendo levar a depressão, isolamento social e dificuldades no trabalho e na sexualidade.

Quais os tipos de Incontinência Urinária?

         Incontinência Urinária de Esforço: Toda perda de urina que ocorre em decorrência de algum esforço físico como: pular, correr, tossir, espirrar ou dar uma gargalhada.

Incontinência Urinária de Urgência: É aquela vontade súbita e urgente de urinar que provoca aumento da frequência urinária e noctúria (quando a pessoa precisa acordar duas vezes ou mais durante a noite para urinar) e muitas vezes quando chega ao banheiro já houve perda de urina.

Incontinência Urinária Mista: Quando a mulher apresenta sintomas de incontinência urinária de esforço e incontinência urinária de urgência.

Quais são os Fatores de Risco para desenvolver Incontinência Urinária?

Idade: A prevalência da Incontinência Urinária aumenta com o avanço da idade. Após a menopausa com a redução dos níveis de estrogênio, ocorre diminuição da força muscular do Assoalho Pélvico – contribuindo para o surgimento da Incontinência.

Embora a prevalência da Incontinência aumente com a idade, esta não é um sintoma normal do envelhecimento como muitas pessoas pensam.

         Obesidade: A obesidade agrava ou contribui para o desenvolvimento da Incontinência Urinária.

         Cirurgias Ginecológicas: Cirurgias de histerectomia (retirada do útero), podem colaborar para o surgimento de Incontinência de Urgência e cirurgias na Região Pélvica podem favorecer o aparecimento de Incontinência Urinária de Esforço e/ou Incontinência Urinária de Urgência.

         Constipação Intestinal: A Constipação Intestinal crônica – leva ao esforço para evacuar repetidas vezes, aumentando as chances de lesão da Musculatura do Assoalho Pélvico.

         Exercício Físico de Alto Impacto: Os esportes como: Corrida, Ginástica Olímpica, Cross Fit e todas as modalidades que envolvem saltos, geram um grande impacto na musculatura do Assoalho Pélvico, fazendo com que a prevalência de Incontinência Urinária seja maior entre suas praticantes.  

Tratamento da Incontinência Urinária

         O tratamento da Incontinência Urinária pode ser Clínico ou Cirúrgico. Nos últimos anos, a Fisioterapia Pélvica vem ganhando maior projeção pelos bons resultados, ausência de efeitos colaterais e baixo custo.

        Atualmente, a Sociedade Internacional de Continência (ICS) – indica a Fisioterapia Pélvica como primeira opção de tratamento para todos os tipos de Incontinência.

        Quando a Incontinência Urinária é diagnosticada, antes de ser submetida a uma cirurgia, a mulher deve ser encaminhada a um Fisioterapeuta Especializado em Assoalho Pélvico para avaliar tratar a Incontinência de forma conservadora.

Como a Fisioterapia realiza o tratamento da Incontinência Urinária?

         A escolha das técnicas a serem utilizadas vai depender das necessidades de cada paciente. O Fisioterapeuta faz uma avaliação criteriosa, colhe o histórico, analisa os exames, pede um diário miccional, avalia a função e força dos músculos do Assoalho Pélvico e escolhe os equipamentos e técnicas necessárias para a paciente em questão.

          Os principais recursos que utilizamos são:

Diário Miccional: Um grande aliado na Avaliação do Fisioterapeuta Pélvico é o Diário Miccional. Nele a paciente vai registrar todo o líquido que ingerir e também todas as idas ao banheiro pra urinar e eventuais perdas de urina e desejo miccional. Através desse diário o fisioterapeuta conhece o hábito miccional e de ingestão de água da paciente. A partir daí, podemos compreender o problema de forma mais abrangente e propor mudanças de hábitos que são importantes para o tratamento.

Biofeedback Eletromiográfico: É um aparelho que funciona conectado a um computador e através de uma sonda ou eletrodos adesivos capta as informações dos Músculos do Assoalho Pélvico e transforma em informações visuais e sonoras que a paciente e a fisioterapeuta podem acompanhar na tela do computador. Além de ajudar a avaliar a capacidade de contrair e relaxar a musculatura – este equipamento ajuda a paciente a adquirir o controle da musculatura do Assoalho Pélvico possibilitando o ganho de força e realização de exercícios funcionais, sendo uma atividade lúdica que pode ser feita inclusive por crianças.

Eletroestimulação: Através de uma sonda ou de um eletrodo de superfície – utilizamos uma corrente elétrica de baixa intensidade,que não provoca dor nem desconforto, mas promove a contração da musculatura do Assoalho Pélvico. A eletroestimulação é um recurso importante quando a paciente não sabe ou não consegue contrair essa musculatura por vontade própria.

         Cerca de 30% das mulheres não sabe contrair a Musculatura do Assoalho Pélvico.

Neuromodulação: Essa modalidade terapêutica utiliza estímulos elétricos na região sacral para normalizar a comunicação entre a bexiga e/ou o intestino e o cérebro. sendo utilizada na bexiga hiperativa e incontinência fecal.

Cinesioterapia: Essa técnica consiste na realização de exercícios e movimentos específicos, podendo utilizar acessórios como a bola suíça, overball e outros para trabalhar a postura, respiração e fortalecimento do Assoalho Pélvico.

Cones Vaginais: Os cones são pequenas peças com pesos diferentes que quando introduzidas no canal vaginal estimulam a contração correta dos Músculos do Assoalho Pélvico e proporcionam o fortalecimento com aumento progressivo da resistência.

         Nunca faça exercícios ou utilize acessórios para o Assoalho Pélvico sem orientação de um Fisioterapeuta Especializado.

Terapia Comportamental:  A Terapia Comportamental é um conjunto de estratégias elaboradas para a necessidade de cada paciente e pode incluir: manejo da ingestão de líquidos, orientações alimentares, micção programada, exercícios domicilares e outras técnicas.

         A Fisioterapia Pélvica utiliza sempre um conjunto de técnicas – que são escolhidas de acordo com a necessidade de cada paciente.

         O número de sessões que a paciente vai precisar fazer, depende da gravidade do problema e da forma como seu corpo vai responder ao tratamento.